Navios com 11 milhões de barris de petróleo ficam retidos na Venezuela após apreensão dos EUA, aponta agência
De acordo com uma análise realizada pela agência Reuters, as exportações petrolíferas venezuelanas enfrentam dificuldades desde que os Estados Unidos capturaram um petroleiro na última quarta-feira (10). O estudo aponta uma hesitação dos exportadores em navegar por águas internacionais com o produto, devido ao receio de que as forças militares americanas possam confiscar as cargas.
As medidas adotadas pelos militares dos EUA também incluíram a imposição de novas sanções a empresas de navegação e embarcações que atuam comercialmente com a Venezuela, segundo informações obtidas em dados marítimos, documentos e relatos do setor.
Apenas petroleiros alugados pela Chevron, gigante do setor petrolífero dos Estados Unidos, têm transitado por essas águas internacionais transportando petróleo cru da Venezuela desde que ocorreu a apreensão. Essa permissão especial ocorre porque a Chevron tem aprovação do governo americano para operar no país por meio de parcerias conjuntas e exportar o petróleo venezuelano para o mercado norte-americano.
Somados, petroleiros com cerca de 11 milhões de barris de petróleo e derivados permanecem retidos em águas venezuelanas, conforme informações das fontes e dos registros analisados. Parte dessas cargas está em navios sancionados por Washington em virtude de restrições aplicadas a países como Irã e Rússia, que são monitorados pelos EUA como potenciais alvos de futuras penalidades.
Detalhes da apreensão do navio
Em um movimento sem precedentes nos procedimentos militares promovidos pelo governo de Donald Trump na proximidade da costa venezuelana, as Forças Armadas americanas interceptaram na quarta-feira (10) um navio petroleiro proveniente da Venezuela no mar do Caribe. Imagens divulgadas mostram o momento em que soldados dos EUA embarcaram e tomaram posse da embarcação.
Essa foi a primeira utilização da força pelas autoridades americanas para apreender um petroleiro venezuelano, já que anteriormente as operações militares no Caribe se restringiam a atacar pequenas embarcações supostamente relacionadas ao tráfico de drogas em direção aos EUA.
Desta vez, a ação inédita teve como alvo o principal recurso econômico venezuelano — o petróleo — o que suscitou dúvidas sobre a possibilidade de caracterizar o ato como uma declaração de guerra. O governo dos Estados Unidos declarou a intenção de levar o navio para seu território e reter o óleo contido na embarcação.
Por sua vez, o regime de Nicolás Maduro declarou que irá proteger sua soberania, os recursos naturais nacionais e a dignidade do país com firmeza total, além de informar que vai denunciar a apreensão do navio junto às organizações internacionais.
Esse incidente ocorre em meio a um reforço militar expressivo dos EUA no Caribe, que envolve a presença de um porta-aviões, caças e dezenas de milhares de soldados. Washington afirma que essa mobilização visa combater o tráfico de entorpecentes, enquanto o governo venezuelano sustenta que o objetivo final seria destituir Maduro e desmantelar o regime chavista.



