OranjeBTC estreia na B3 com US$ 455 milhões em reservas de bitcoin e projeta expansão
A OranjeBTC, que recentemente entrou na bolsa brasileira, pretende aumentar suas reservas em bitcoin e desenvolver iniciativas educacionais para ampliar o uso de ativos digitais no Brasil. De acordo com o CEO e fundador Guilherme Gomes, a companhia já detém 3.675 bitcoins, equivalentes a aproximadamente US$ 455 milhões.
Com esse montante, a empresa figura entre as 30 maiores detentoras globais de bitcoin, conforme dados do BitcoinTreasuries.net, que monitora 345 entidades com criptomoedas em seus balanços.
A OranjeBTC planeja associar suas reservas crescentes de bitcoin a um braço de educação, que oferecerá cursos, eventos e treinamentos focados no universo dos criptoativos, segundo Gomes.
O investidor Adam Back, pioneiro no mercado de bitcoin, confirmou seu aporte na Companhia, enquanto os irmãos gêmeos bilionários Tyler e Cameron Winklevoss são também apoiadores, embora não tenham comentado oficialmente.
Concorrendo com a OranjeBTC está a Méliuz, que aprovou uma estratégia de tesouraria centrada em investir e aplicar recursos em bitcoin desde o começo deste ano.
Josh Levine, presidente da OranjeBTC e ex-executivo de renomadas instituições financeiras como BlackRock e Bridgewater Associates, enxerga no Brasil o mercado de capitais mais avançado da América do Sul, vislumbrando grande potencial de expansão para a empresa, em especial pelo rápido avanço na adoção de novas tecnologias em território nacional.
Levine declarou em entrevista que o mercado brasileiro sempre o surpreendeu pela inovação financeira e que o desenvolvimento da blockchain e do bitcoin torna essa combinação natural para os negócios da OranjeBTC.
As ações da empresa (código OBTC3) registraram queda de cerca de 2,3% na quarta-feira (8), sendo negociadas em torno de R$ 23,46, com valor de mercado estimado em aproximadamente R$ 4 bilhões. A companhia conta com cerca de 30 colaboradores e dispõe de caixa suficiente para operar pelos próximos três anos, segundo Gomes.
A entrada da OranjeBTC na bolsa aconteceu por meio de um IPO reverso, envolvendo a compra da Cursinho Intergraus no início de setembro. Agora, os executivos buscam potencializar o braço educacional da Intergraus para desenvolver produtos relacionados a bitcoin, criptoativos e inteligência artificial.
Embora tenha planos de expandir na América Latina, a empresa prioriza solidificar sua marca, fortalecer sua plataforma educacional e ampliar suas reservas em bitcoin antes de avançar para a região.