Presidente da Petrobras comenta sobre a redução de preços e a manutenção das margens no setor
Magda Chambriard, presidente da Petrobras, destacou que, embora a estatal consiga diminuir os preços dos combustíveis, essa redução não se reflete de forma efetiva para o consumidor final devido à estrutura atual do mercado.
Segundo a executiva, a Petrobras perdeu sua influência direta sobre os valores finais dos derivados desde que saiu do segmento de distribuição de petróleo e gás de cozinha. Essa mudança ocorreu em 2020, quando a companhia deixou de atuar na distribuição por meio da Liquigás (GLP) e da BR Distribuidora (atual Vibra).
Modelo atual de comercialização e suas limitações
Atualmente, enquanto a Petrobras permanece responsável pela produção de derivados como gasolina, diesel e gás liquefeito de petróleo (GLP), a distribuição desses produtos é feita por empresas privadas. Essas distribuidoras e revendedoras intermediárias têm autonomia para definir suas margens e preços, criando um obstáculo para que os descontos praticados pela Petrobras cheguem ao consumidor final.
Chambriard explica que, mesmo quando a Petrobras reduz o preço de venda, as distribuidoras e revendedoras aumentam suas margens, o que faz com que o desconto não seja percebido nas bombas de combustíveis ou nos botijões de gás. Dessa forma, o benefício não alcança o bolso do usuário final.
Discussão sobre um possível retorno à distribuição direta
A possibilidade da Petrobras retornar à ponta da distribuição, assumindo novamente esse papel, voltou a ser considerada pela companhia em seu plano estratégico divulgado em agosto deste ano. No entanto, essa retomada envolve questões econômicas importantes, além de debates relacionados à regulação do setor e à concorrência.
Oficialmente, a Petrobras informa que pretende atuar dentro de negócios rentáveis e parcerias na área de distribuição, seguindo as cláusulas contratuais vigentes. O foco está na distribuição de GLP, na integração com outras áreas no Brasil e internacionalmente, e na oferta de soluções de baixo carbono para seus clientes.
Expansão no mercado de fertilizantes e gás natural
Além das atividades envolvendo petróleo e gás, a estatal está avançando na retomada e finalização das fábricas de fertilizantes FAFEN, localizadas na Bahia, Sergipe e Mato Grosso do Sul. Essas unidades, que estavam inativas, devem possibilitar a geração de demanda cativa para o gás natural por meio da produção de ureia, amônia e outros derivados fundamentais para o agronegócio.
Segundo a presidente, investir na produção de fertilizantes e na petroquímica amplia o mercado para o gás natural, criando novas oportunidades para o fornecimento e aumentando a demanda simultaneamente.
Retorno ao mercado de etanol e biodiesel
A Petrobras pretende retomar a produção e distribuição de etanol ainda em 2025, após um período afastada do setor. Magda Chambriard enfatizou a importância histórica da estatal, que foi fundamental na criação do Proálcool na década de 1970 e participou da introdução do biodiesel nos anos 2000.
A executiva também revelou que a empresa planeja elevar sua participação no mercado de biodiesel, reafirmando seu compromisso com a diversificação energética e os biocombustíveis renováveis.



