Rating Fitch Para Brava Energia Destaca Eficiência Operacional e Crescimento

Fitch Classifica Rating da Brava Energia (BRAV3) Com Ênfase em Eficiência Operacional

A agência Fitch atribuiu ratings à Brava Energia (BRAV3), destacando principalmente sua eficiência operacional e a diversificação da base de ativos como fatores essenciais para a nova avaliação. A perspectiva dos ratings permanece estável, refletindo confiança na trajetória da empresa.

Avaliação da Fitch para a Brava Energia

A Fitch Ratings conferiu à Brava Energia o Issuer Default Ratings (IDRs) de longo prazo, tanto em moedas estrangeira quanto local, com nota ‘BB-’, e o rating nacional de longo prazo ‘AA-(bra)’. Além disso, classificou como ‘BB-’ as notas emitidas pela 3R Lux S.à.r.l., que somam US$ 500 milhões, com vencimento previsto para 2031. A agência ressalta que a avaliação reflete a escala limitada da empresa e sua eficiência operacional, que embora modesta, tem apresentado sinais de melhoria, além da base de ativos bem distribuída em diferentes regiões do Brasil.

Perspectivas e Expectativas para Resultados Fututos

A Fitch projeta que a Brava Energia reduzirá sua alavancagem já em 2025, impulsionada pelo aumento da produção no campo de petróleo de Atlanta e pela maior eficiência no campo Papa-Terra, além de crescimento da produção com menor intensidade de investimentos em campos em terra. A empresa deve manter uma posição sólida de liquidez, com perfil de dívida alongado, e gerar fluxos de caixa livre positivos durante o horizonte de suas projeções. A perspectiva para os ratings corporativos é considerada estável.

A produção está estimada para alcançar 90 mil barris de óleo equivalente por dia (kboe/d) em 2025, subindo para 120 kboe/d até 2029, mantendo-se abaixo do limite definido para elevação do rating, que é de 125 kboe/d. O crescimento será sustentado principalmente pela recuperação terciária no campo onshore de Potiguar e pela campanha de perfuração offshore, além da eficiência aprimorada no campo Papa-Terra.

Indicadores Financeiros e Alavancagem

A alavancagem líquida, medida pelo indicador dívidalíquida/EBITDA, deve cair para cerca de 1,7 vezes em 2025 e 2026, em comparação às 3,6 vezes registradas em março de 2025. O índice dívida/reservas 1P também está projetado para reduzir, passando para US$ 5,5 por boe no período 2025-2026, ante US$ 6,6 por boe em março de 2025. Tais índices consideram também derivativos e contas a pagar de fusões e aquisições, excluindo garantias em caixa. A Fitch indica que o índice pode diminuir ainda mais se a Brava antecipar integralmente os recebíveis obtidos com a venda de ativos.

Perfil de Custos e Investimentos

A Fitch destaca a melhora no perfil de custos da empresa, com expectativa de redução dos custos de extração para US$ 18 por boe em 2025, uma queda em relação aos US$ 20 por boe do primeiro trimestre, e diminuição gradual para US$ 13 por boe até 2029. Os custos offshore devem seguir superiores aos dos ativos onshore até 2028, com médias projetadas de US$ 18/boe para offshore e US$ 16/boe para onshore entre 2025 e 2027.

O campo de Atlanta é apontado como o mais eficiente, com EBITDA próximo de US$ 50 por boe, enquanto Papa-Terra permanece entre os menos eficientes, com EBITDA estimado em cerca de US$ 25 por boe. Para o portfolio total, a média do EBITDA deve alcançar US$ 38 por boe durante o período, acima dos US$ 26 por boe registrados em 2024.

O fluxo de caixa das operações (CFO) deverá superar os investimentos, especialmente a partir de 2027, quando os primeiros aumentarão e os investimentos diminuirão. O EBITDA está estimado para alcançar aproximadamente R$ 6,7 bilhões em 2025 e 2026, subindo para R$ 8,4 bilhões em 2027 e 2028, ante R$ 2,9 bilhões em 2024. Cerca de 60% do EBITDA será convertido em CFO, considerando eficiências fiscais e créditos tributários a serem monetizados.

Os investimentos devem ficar em torno de R$ 3,4 bilhões em 2025 e 2026, e abaixo de R$ 2,5 bilhões em 2027 e 2028, concentrando-se principalmente nas operações offshore. O fluxo de caixa livre (FCF) deve manter-se consistentemente positivo a partir de 2027, assumindo pagamento de dividendos correspondente a 25%. Se a distribuição de dividendos for maior, seria necessário reduzir a alavancagem líquida para menos de 1,5 vez até 2026.

Considerações Sobre Cenários Adversos de Preço

Em um cenário de queda acentuada dos preços do petróleo, a Fitch acredita que a Brava poderá ajustar seus investimentos ainda mais, especialmente nas operações onshore, onde há maior flexibilidade no afretamento de navios. Mesmo nesse cenário, o fluxo de caixa das operações seria suficiente para cobrir os investimentos, considerando preços do petróleo Brent acima de US$ 55 por barril em 2025 e acima de US$ 30 por barril em 2026 e 2028.

Por fim, a agência destaca que a Brava Energia não realiza exportações para os Estados Unidos e, portanto, não está exposta a eventuais aumentos tarifários naquele mercado.

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