5 Riscos Frequentes em Investimentos e Como Administrá-los de Forma Eficiente
A diversificação age como um mecanismo para mitigar os impactos dos investimentos – embora não elimine a volatilidade, ajuda a suavizar seus efeitos mais intensos.
A aversão ao risco faz muitas pessoas evitarem o universo dos investimentos, limitando suas chances de construir patrimônio e alcançar a independência financeira. Ao optar por retornos baixos ou até negativos, decorrentes do medo, essas pessoas perdem a oportunidade de superar a inflação com uma carteira bem montada.
Se essa é a sua realidade, é fundamental repensar sua postura. O primeiro passo é compreender o risco como algo gerenciável, assim como você avalia o trânsito antes de atravessar a rua, para encarar os investimentos de forma mais confiante.
Compreendendo os diferentes tipos de risco em investimentos
O receio de perder dinheiro é comum para quem encara o investimento pela primeira vez. Mas o conceito de risco abrange muito mais do que apenas a redução do saldo. Para exemplificar:
Imagine que o dinheiro guardado na poupança cresce com juros, porém o seu poder de compra vai diminuindo devido à inflação constante.
Você adquire uma ação por R$ 10, ela chega a R$ 20, e depois recua a R$ 15. Nesse cenário, você teve lucro ou prejuízo?
Se o mercado está em alta de 5% mas seu ativo caiu 10%, sua perda é preocupante. Porém, se o mercado caiu 20%, essa queda de 10% pode significar um desempenho relativo positivo.
Ao escolher entre dois investimentos com retornos de 10% e 20%, será que você saiu no lucro ou prejuízo?
Assim, existe uma variedade de formas que caracterizam perdas em investimentos, desde a corrosão dos seus ganhos pela inflação até perdas causadas por oscilações externas ao desempenho da empresa. Reconhecer essa volatilidade é um avanço importante para se tornar um investidor mais seguro.
1. Risco de horizonte
Esse risco surge quando o tempo previsto para manter um investimento é alterado inesperadamente, o que pode deixá-lo com ativos inadequados para a nova necessidade. Quem já precisou resgatar dinheiro antes do planejado, por exemplo, experimentou isso. A consequência é o prejuízo no crescimento do capital, pois o período para valorização foi encurtado.
Vender investimentos antes da hora pode significar perdas maiores, já que é impossível recuperar tempo perdido nos ganhos. Você pode até ser obrigado a aceitar preços abaixo do esperado.
Para minimizar o risco de horizonte, é importante:
- Manter uma reserva financeira para emergências, para evitar usar os investimentos nessas situações;
- Avaliar periodicamente suas metas financeiras e adaptar o planejamento conforme as mudanças;
- Diversificar a carteira, com ativos de perfis variados — títulos de menor volatilidade são mais adequados para vendas rápidas, enquanto ativos de maior risco podem ser preservados para o longo prazo.
2. Risco de ações
Trata-se da possibilidade de queda no valor de um ativo devido a episódios econômicos ou de mercado.
Por exemplo, em abril de 2025, o índice S&P 500 teve uma perda de US$ 2,4 trilhões em um único dia após anúncio de novas taxas pelo presidente dos Estados Unidos, impactando o mercado por receio das novas políticas afetarem o lucro das empresas.
Para reduzir esse risco, diversifique sua carteira com investimentos fora do mercado acionário, como títulos públicos, imóveis e commodities, que reagem de formas distintas às condições econômicas.
3. Risco de inflação
Esse risco diz respeito à redução do poder de compra dos rendimentos em função da inflação, principalmente em investimentos de taxa fixa. Se um título paga uma quantia fixa anual, seu valor real diminui conforme a alta dos preços.
Uma forma de proteção contra a inflação é incluir na carteira ativos que tendem a superar esse índice no longo prazo, como ações, pertences a setores de commodities, imóveis e ouro.
4. Risco de taxa de juros
É a possibilidade de que as mudanças nas taxas de juros afetem o valor de títulos de renda fixa, especialmente os de médio e longo prazo.
Quando as taxas sobem, títulos que pagam juros menores perdem valor perante o mercado, fazendo com que a procura diminua. Por outro lado, quando as taxas diminuem, esses títulos podem valorizar.
Para reduzir esse risco, recomenda-se investir em títulos com diferentes prazos de vencimento ou optar por fundos que gerenciem essa variação.
5. Risco de sequência de retornos
Esse risco está ligado ao impacto dos resultados dos investimentos em momentos específicos, afetando a longevidade do patrimônio, sobretudo na aposentadoria.
Retornos negativos logo no início do período de retirada podem comprometer a duração das reservas financeiras, principalmente para quem depender desse dinheiro para custear suas despesas.
As estratégias para gerenciar esse risco incluem:
- Reduzir gradualmente os riscos dos investimentos ao se aproximar da aposentadoria, focando mais na preservação do que no crescimento;
- Construir uma carteira que gere renda regular, para evitar a necessidade de venda de ativos;
- Avaliar a possibilidade de postergar a aposentadoria caso ocorram perdas significativas no mercado no momento do início das retiradas.
Diversificar para aumentar a segurança
A diversificação é fundamental para lidar com diversos tipos de risco. Apesar do renomado investidor Warren Buffett considerar a diversificação uma forma de proteção para quem não tem todo o conhecimento necessário, ela pode ser vista como um aliado para investidores que não atuam em tempo integral e não dispõem de acesso a informações privilegiadas.
Dessa maneira, a diversificação funciona como um cinto de segurança, prevenindo impactos extremos caso algo inesperado aconteça. Investir com uma carteira variada tende a gerar retornos superiores ao simples acúmulo de dinheiro parado, possibilitando a construção de riqueza ao longo do tempo.