Salário mínimo para 2026 será reajustado para R$ 1.621,00
O governo brasileiro confirmou em 10 de dezembro de 2025 que o salário mínimo para o ano seguinte será fixado em R$ 1.621,00, representando um aumento de R$ 103,00 em relação aos R$ 1.518,00 vigentes. Esse novo valor entrará em vigor na folha de pagamento de fevereiro de 2026, conforme divulgado pelo Ministério do Planejamento e Orçamento.
A atualização do piso salarial considera a inflação acumulada de 4,4% nos 12 meses até novembro de 2025, medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC), combinada ao crescimento real projetado do Produto Interno Bruto (PIB) de 2,5% para 2024. O aumento real é limitado por regras do novo arcabouço fiscal aprovado em 2021, que visa controlar os gastos obrigatórios do governo.
Significado e impacto do salário mínimo
Atualmente, o salário mínimo serve como referência para aproximadamente 59,9 milhões de brasileiros, segundo dados do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (DIEESE). Esse valor influencia diretamente contratos de trabalho, benefícios previdenciários, seguro-desemprego e programas sociais, como o Benefício de Prestação Continuada (BPC).
Qual seria o salário mínimo ideal?
De acordo com estudos do DIEESE, para garantir condições dignas de vida a uma família de quatro pessoas, o salário mínimo ideal em novembro de 2025 deveria ser de cerca de R$ 7.067,18. Essa quantia é quase cinco vezes maior que o valor oficial, levando em consideração gastos essenciais como alimentação, moradia, saúde, educação, vestuário, higiene, transporte, lazer e previdência, conforme estipula a Constituição Federal.
Entre 2019 e 2022, o salário mínimo praticamente não teve aumento real, acompanhando somente a inflação, o que provocou uma perda de poder aquisitivo para os trabalhadores, especialmente diante do aumento expressivo dos preços dos alimentos, um dos principais componentes das despesas familiares.
O impacto econômico do salário mínimo atual
O DIEESE também estima que o salário mínimo atual de R$ 1.518,00 proporciona um acréscimo de R$ 81,5 bilhões na renda da economia e gera uma arrecadação tributária adicional de R$ 43,9 bilhões sobre o consumo, beneficiando cerca de 59,9 milhões de pessoas que recebem rendimentos vinculados a esse piso.
Histórico e evolução do salário mínimo
Em 2015, o DIEESE destacou que o salário mínimo de R$ 788,00 representou um reajuste nominal de 8,84% em relação a 2014 (R$ 724,00). Esse reajuste foi resultado da soma do crescimento do PIB de 2,5% em 2013 com a inflação medida pelo INPC de 6,23% em 2014. Naquele ano, o salário mínimo real, corrigido pela inflação, atingiu o seu maior patamar desde 1983, acumulando um ganho real de 76,54% desde 2002. Cerca de 46,7 milhões de pessoas recebiam rendimentos atrelados a esse valor.
Para comparação, em 2005 o salário mínimo era de R$ 300,00, valor que a instituição considerava insuficiente para atender às necessidades básicas da população, pois para suprir as despesas essenciais de uma família com dois adultos e duas crianças, o mínimo necessário seria superior a R$ 1.500,00 — mais de cinco vezes o salário vigente naquele ano.
Tabela do salário mínimo nos últimos 10 anos
| Ano | Valor do salário mínimo (R$) | Base legal / Decreto |
|---|---|---|
| 2015 | 788,00 | Decreto 8.381/2014 |
| 2016 | 880,00 | Decreto 8.618/2015 |
| 2017 | 937,00 | Lei 13.152/2015 |
| 2018 | 954,00 | Decreto 9.255/2017 |
| 2019 | 998,00 | Decreto 9.661/2019 |
| 2020 | 1.039,00 (jan) / 1.045,00 (fev) | MP 916/2019 e MP 919/2020 |
| 2021 | 1.100,00 | MP 1021/2020 |
| 2022 | 1.212,00 | MP 1091/2021 |
| 2023 | 1.302,00 (jan) / 1.320,00 (mai) | MP 1.143/2022 e MP 1.172/2023 |
| 2024 | 1.412,00 | Decreto 11.864/2024 |
| 2025 | 1.518,00 | Decreto 12.342/2024 |



