Selic a 15%: Banco Central Consolida Controle Das Expectativas

Selic a 15%: Banco Central começa a consolidar controle sobre expectativas, analisa Mario Mesquita do Itaú

O Banco Central (BC) está gradualmente vencendo o desafio de administrar as expectativas do mercado e deve manter uma postura conservadora na política monetária até o fim deste ano, segundo avaliação do economista-chefe do Itaú Unibanco, Mario Mesquita.

Mesquita aponta que o atual nível da taxa Selic já começa a impactar positivamente a desaceleração da inflação, indicando que o aperto monetário implementado nos últimos anos está surtindo efeito.

De acordo com ele, a recente sinalização do Comitê de Política Monetária (Copom) de interromper o ciclo de cortes e manter os juros em 15% por um “período bastante prolongado” reforça a intenção do BC de fixar as expectativas inflacionárias.

No boletim Focus divulgado mais recentemente, a estimativa do mercado para a inflação em 2025 recuou para 4,86%, com previsão de queda adicional para 4,33% em 2026. O número referente a 2025 já apresenta retração há 13 semanas consecutivas, enquanto a projeção para 2026 diminui há seis semanas.

“Anteriormente, a menção a um ‘período prolongado’ indicava uma pausa equivalente a sete ou nove reuniões do Copom. Agora, com a expressão ‘bastante prolongado’, podemos estar falando de um prazo ainda maior”, comenta Mesquita. “Justamente no momento em que o Banco Central começa a obter resultados, não seria prudente alterar a estratégia.”

O Itaú projeta que o Banco Central aplicará cortes na taxa Selic apenas no primeiro trimestre de 2026, quando a taxa deve ser reduzida para cerca de 12,75% até o fim daquele ano.

Sobre a inflação, a previsão do banco é que o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) encerre 2025 pouco acima dos 5%, avançando para 4,4% em 2026. Esse processo de desinflação é visto como gradual, porém consistente, sustentado pela política monetária em vigor.

No que diz respeito ao crescimento econômico, o Itaú espera um aumento de 2,2% no Produto Interno Bruto (PIB) em 2025, seguido por uma expansão de 1,5% em 2026.

Apesar desse ritmo mais modesto, Mesquita destaca que o consumo deve apresentar maior vigor no próximo ano, impulsionado pelos estímulos típicos de períodos pré-eleitorais. Ele projeta uma expansão próxima de 3% no consumo em 2026, o que significa uma aceleração em relação a 2025.

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