Sinalização de candidatos com plano fiscal rígido pode impulsionar mercado antes das eleições, afirma Mansueto Almeida
Mansueto Almeida, economista-chefe do BTG Pactual e ex-secretário do Tesouro Nacional, expressou otimismo em relação à situação econômica do Brasil, destacando dados positivos sobre desemprego e inflação. Segundo ele, se os candidatos à Presidência indicarem comprometimento com um plano fiscal rigoroso, isso poderá antecipar uma recuperação dos mercados antes mesmo do pleito eleitoral.
Em entrevista concedida na terça-feira (26) ao jornal Valor Econômico, Mansueto explicou que será necessário elaborar um pacote fiscal durante o próximo mandato presidencial, independentemente de quem seja o eleito, para estabilizar a dívida pública. “Se houver um programa fiscal que demonstre uma desaceleração significativa dos gastos e estabilização da dívida, ainda que só ao final do governo seguinte, o mercado terá uma reação imediata”, ressaltou.
O economista ainda destacou que, mesmo sem um plano completo disponível, apenas a demonstração de intenção em implementar medidas fiscais mais duras após as eleições, incluindo desaceleração dos gastos obrigatórios, poderá gerar uma resposta positiva no mercado bem antes do pleito.
Mansueto também chamou atenção para a melhora inesperada no cenário econômico brasileiro. Enquanto o início do ano projetava inflação em torno de 6% para 2025 e mais de 5% para 2026, a expectativa atual no BTG Pactual é de inflação a 4,8% para este ano, abaixo do IPCA oficial do ano anterior, que foi de 4,83%. Ele enfatizou que a queda do desemprego, associada à redução da inflação, criou uma conjuntura surpreendente, com o menor índice de desemprego já registrado e previsões de inflação para os próximos anos que ninguém antecipava há poucos meses.
Além disso, Mansueto reafirmou a previsão do BTG para um corte na taxa de juros a partir de janeiro de 2026, embora tenha apontado que novas leituras favoráveis da inflação possam antecipar o início dos cortes ainda para o final deste ano.