Startup de IA Jurídica Levy Levanta US$ 150 Milhões e É Avaliada em US$ 8 Bilhões
A Harvey, empresa que desenvolve soluções com inteligência artificial voltadas para o setor jurídico, acaba de garantir uma nova rodada de investimento no valor de US$ 150 milhões (equivalente a R$ 808,5 milhões). A iniciativa foi liderada pela Andreessen Horowitz, atribuindo à startup, sediada em São Francisco, uma avaliação superior a US$ 8 bilhões (aproximadamente R$ 43,1 bilhões), conforme revelado por três fontes próximas ao acordo.
Essa valorização da empresa, que entrega ferramentas baseadas em IA para escritórios de advocacia e fundos de investimento como a KKR e Bridgewater, mais que dobrou em relação ao ano anterior. A Harvey, cujo nome é inspirado no personagem Harvey Specter da série televisiva Suits, havia realizado uma captação em junho que a avaliava em US$ 5 bilhões (cerca de R$ 26,9 bilhões).
Trajetória Rápida de Crescimento
Esse aumento expressivo na avaliação aconteceu apenas quatro meses após uma rodada anterior, que lhe atribuía US$ 3 bilhões (R$ 16,2 bilhões). Desde 2023, a Harvey tem sido destaque na lista AI 50 da Forbes, a qual reúne as startups de inteligência artificial com maior potencial, assim como na lista Next Billion-Dollar Startups da mesma revista.
A Harvey optou por não comentar sobre a nova rodada de investimento, e a Andreessen Horowitz não respondeu ao pedido de posicionamento.
Em entrevista à CNBC em agosto, Winston Weinberg, cofundador e CEO da Harvey, afirmou que a empresa já gerava uma receita anual recorrente superior a US$ 100 milhões (aproximadamente R$ 539 milhões), valor que dobrou desde a rodada reportada pela Reuters em fevereiro de 2025, data em que a companhia estava avaliada em US$ 3 bilhões (R$ 16,2 bilhões).
A empresa foi criada em 2022 por Weinberg, então advogado júnior do escritório O’Melveny & Myers, em parceria com Gabe Pereyra, seu amigo e ex-pesquisador da DeepMind.
Desafios no Mercado de IA Jurídica
Com apenas três anos de operação, a Harvey já captou mais de US$ 1 bilhão (equivalente a R$ 5,39 bilhões) em investimentos, incluindo esta última rodada, ultrapassando concorrentes em termos de avaliação e captação. Contudo, a companhia atua em um mercado cada vez mais disputado por ferramentas de inteligência artificial voltadas ao setor jurídico.
A startup concorre com empresas como a sueca Legora, que está em negociações para captar fundos com avaliação estimada em US$ 1,8 bilhão (R$ 9,7 bilhões) para conquistar grandes escritórios de advocacia. Além disso, existem players mais tradicionais no segmento, como Luminace, Clio e Ironclad, que buscam atrair tanto escritórios quanto equipes jurídicas corporativas.
Outras startups têm recebido investimentos vultosos visando nichos específicos dentro do setor, como a EvenUp, que desenvolve soluções focadas em advogados especializados em lesões pessoais, e a Finch, que oferece sistemas de assistentes jurídicos.
A Thomson Reuters, empresa que é proprietária do banco de dados jurídico Westlaw, adquiriu no último ano a rival Casetext, em um acordo que envolveu US$ 650 milhões (R$ 3,5 bilhões).
A Harvey conta entre seus investidores com o fundo de investimentos do grupo editorial RELX, que possui uma avaliação de mercado estimada em US$ 85 bilhões (R$ 458,1 bilhões) e é dono do banco de dados LexisNexis. Em junho, a Harvey firmou uma parceria estratégica com a LexisNexis.



