Superando a Gagueira: Liderança e Sucesso no Esporte e Negócios

Superando a Gagueira: Liderança e Sucesso no Esporte e Negócios

Ele superou a gagueira e hoje lidera um negócio de R$ 25 milhões no esporte

Lucas André, natural de Minas Gerais, conquistou sua trajetória ao deixar para trás um problema de comunicação e alcançar o topo em vendas. Isso o motivou a criar a Fast Tennis, uma rede de franquias que oferece aulas de tênis em escolas, que deverá faturar R$ 25 milhões em 2025.

A empresa, inaugurada em Belo Horizonte, aposta em um posicionamento diferente, buscando transformar o tênis — tradicionalmente associado à elite e à competição — em um esporte acessível, inclusivo e divertido para o público em geral.

Da gagueira e call center à liderança e ao empreendedorismo

Lucas é o mais novo de três irmãos e começou a trabalhar cedo na fábrica da família. Após a perda do pai, enfrentou dificuldades e mudou-se para Belo Horizonte aos 17 anos para cursar administração. Morando em república e com ajuda financeira da mãe e da avó, batalhou para conseguir seu primeiro emprego. Foi reprovado inicialmente em um processo para call center, mas insistiu e conquistou uma vaga em televendas, mesmo enfrentando o desafio de ser gago.

A partir de uma técnica inspirada por sua avó, que mencionava um cantor gago que não gaguejava ao cantar, Lucas conseguiu melhorar sua fluência. Rapidamente destacou-se entre os melhores vendedores, em uma equipe com mais de 500 pessoas.

Com o passar dos anos, ascendeu até virar sócio-diretor de uma empresa de televendas, comandando uma equipe de mais de 300 colaboradores. Ainda que tivesse sucesso, a rotina extenuante e a pressão o levaram a buscar no esporte uma forma de escape. E foi no tênis que encontrou sua paixão, apesar de não ser um praticante dedicado.

“Quando joguei pela primeira vez, vi o quanto era gostoso. Viciei na hora”, conta Lucas. Ao analisar custos e demanda, percebeu a oportunidade de criar uma empresa focada na experiência do aluno e não apenas na performance, propondo uma marca forte no segmento.

Convidou o ex-colega de trabalho Felipe Souza para ser sócio no projeto, formando assim a base da Fast Tennis.

O nascimento da Fast Tennis

Em abril de 2018, Lucas alugou a primeira quadra com um investimento inicial de R$ 6 mil, oferecendo aulas gratuitas para atrair o público e criar engajamento. Dez meses depois, inaugurou a segunda unidade.

Em um momento de reflexão, teve a convicção de que seu produto tinha grande potencial e que poderia alcançar milhões de clientes. Então, abriu mão da estabilidade na carreira executiva e investiu completamente no novo negócio. Sua esposa, que lembra ser seu equilíbrio, mostrou cautela diante dessa decisão.

Valorizando a experiência acima da competição

A Fast Tennis oferece aulas das 6h às 22h no formato de assinatura mensal, custando a partir de R$ 199. O aluno não precisa trazer raquete nem efetuar matrícula; tudo é administrado por meio de aplicativo, que permite agendamento e pagamento.

O sistema chamado FunFlex combina diversão e flexibilidade, permitindo que os clientes escolham horários e sejam agrupados conforme seu nível de habilidade, criando um ambiente acolhedor e sem julgamentos, explica Lucas.

O público da rede é diversificado: quase metade dos alunos são mulheres, e as atividades contemplam desde crianças de 3 anos até adultos mais velhos. Os professores recebem treinamento específico para adotar uma comunicação positiva e valorizar o progresso individual, sempre priorizando o prazer em jogar.

Um programa denominado 20 por 1 deve ser lançado em 2026, oferecendo bolsas integrais a cada 20 alunos pagantes, além de incentivar que cada franquia apoie uma causa social genuína.

Expansão acelerada e visão para o futuro

A Fast Tennis abriu sua primeira franquia há apenas dois anos e atualmente comercializa em média uma franquia a cada dois dias. O investimento inicial começa em R$ 250 mil e o retorno líquido médio chega a cerca de R$ 26 mil por mês após três meses.

Os franqueados geralmente são executivos e profissionais que amam o tênis e buscam um negócio saudável, rentável e com propósito.

O crescimento está focado nas capitais brasileiras e também no interior, especialmente em cidades com 50 a 100 mil habitantes, onde Lucas identifica forte potencial. A empresa também utiliza inteligência artificial para aprimorar a experiência do cliente e a gestão das franquias.

Já em expansão internacional, a Fast Tennis pretende atingir mercados da América Latina e Europa até o final de 2026.

Momentos marcantes na trajetória do empreendedor

Em 2023, a Fast Tennis recebeu seu primeiro reconhecimento no ranking EXAME Negócios em Expansão, justamente no dia em que seu filho nasceu. Lucas considerava fundamental estar presente nesse momento, e a esposa conseguiu antecipar o parto para que ele participasse tanto do prêmio quanto do nascimento do filho.

Desde então, a empresa figurou mais duas vezes no ranking da EXAME, ficando em 34º lugar na edição deste ano na categoria de companhias com faturamento entre R$ 5 e R$ 30 milhões, com receita de R$ 3,9 milhões prevista para 2024 – um crescimento de 64% em relação a 2023 (considerando apenas o faturamento da franqueadora).

O objetivo agora é alcançar o topo, buscando estar entre as três primeiras colocadas.

Sobre o ranking Negócios em Expansão

O ranking EXAME Negócios em Expansão é um projeto realizado em parceria com o BTG Pactual, com a missão de identificar as empresas brasileiras emergentes que apresentaram as maiores taxas de crescimento em receita líquida operacional num período de 12 meses.

Em sua edição de 2025, a análise avaliou negócios com faturamento anual entre R$ 2 milhões e R$ 600 milhões, considerando seu desempenho ao longo de 2024.

Foram selecionadas 470 companhias que se destacam por inovações, conquista de mercado e geração de milhares de empregos.

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