Os melhores investimentos raramente são aqueles que ouvimos no almoço de família ou no grupo do WhatsApp. Eles exigem método, informação e, principalmente, uma estratégia que coloque o dinheiro para trabalhar enquanto você dorme.
Neste artigo, inspirado no vídeo “TOP 5 MELHORES INVESTIMENTOS PARA 2019!” do canal Me Poupe!, você descobrirá quais produtos dominaram o ano de 2019, por que ainda fazem sentido em 2024 e como combiná-los para potencializar ganhos. Prepare-se: em 10 minutos de leitura você terá um mapa completo, repleto de exemplos reais, tabelas, perguntas frequentes e dicas práticas para dar o próximo passo rumo à independência financeira.
Se 2019 foi apontado pela especialista Nathalia Arcuri como “o ano mais rico da sua vida”, o motivo é simples: a taxa Selic caía a patamares históricos e obrigou milhões de brasileiros a tirarem o dinheiro da caderneta de poupança. Enquanto isso, produtos como Tesouro Direto, CDBs e Fundos Imobiliários começaram a aparecer nos aplicativos das corretoras sem custódia ou taxa de corretagem. O resultado? Um cardápio democrático em que qualquer pessoa — com R$ 30 ou R$ 30.000 — pôde escolher aplicações mais rentáveis, de acordo com seu perfil de risco. Nas próximas seções, você aprenderá a aplicar as mesmas táticas do vídeo original, ajustadas à realidade atual do mercado, para construir uma carteira equilibrada, blindar sua reserva de emergência e, claro, acelerar o caminho para ganhar mais dinheiro ainda este ano.
1. Por que 2019 foi um ponto de inflexão para os investidores brasileiros
Mudança estrutural da Selic
Em 2019, a Selic fechou em 4,5%, o menor nível da história até então. Quando o juro básico cai, os melhores investimentos deixam de ser necessariamente os pós-fixados tradicionais. Produtos atrelados à inflação ou ao CDI acima de 100% ganham destaque, enquanto a poupança fica cada vez menos atraente — rendendo cerca de 70% da Selic mais TR, algo em torno de 3% ao ano.
Popularização das plataformas digitais
A entrada de bancos digitais e corretoras sem taxa abriu a porteira para o pequeno investidor. Pelo celular, tornou-se possível comprar Tesouro Selic, um FII ou até ações fracionárias em poucos cliques, sem pagar “pedágio”. A Modal Mais, citada no vídeo, foi uma das primeiras a zerar tarifa de custódia para Tesouro Direto, estratégia seguida pelo mercado.
Perfil de risco: a nova bússola
Com a nova realidade, entender seu próprio perfil — conservador, moderado ou arrojado — deixou de ser mera formalidade de cadastro. A escolha dos produtos passou a levar em conta horizonte de tempo, liquidez e volatilidade, critérios que veremos em detalhes nas seções seguintes.
2. Tesouro Direto: a porta de entrada mais segura
Reserva de emergência com Tesouro Selic
O Tesouro Selic é campeão no vídeo e também na prática. Ele rende 100% da taxa básica, tem liquidez em D+1 e flutua pouco. Em 2019, ofertava cerca de 6% ao ano bruto; hoje, com Selic maior (10,75% a.a. em 2024*), rendeu ainda mais, provando ser um porto seguro em qualquer cenário.
Tesouro IPCA+: blindagem de longo prazo
Indicada para metas acima de cinco anos, essa modalidade garante interesse real — inflação + taxa prefixada — protegendo o poder de compra. Quem comprou IPCA+ 2045 em janeiro de 2019 a IPCA + 4,40% está surfando em ganhos acumulados superiores a 40% até 2024.
Custo e taxas
Desde 2020, a maioria das corretoras isentou a taxa de custódia B3 para saldos até R$ 10.000 em Tesouro Selic, barateando ainda mais o acesso. A taxa da B3 (0,20% a.a. acima desse limite) segue, porém é módica perto da previsibilidade entregue.
Nathalia Arcuri, fundadora do canal Me Poupe!, costuma dizer: “Quem investe no Tesouro Selic compra liberdade, não rentabilidade exorbitante. Ele garante que você não dependa do cheque especial quando o imprevisto bater na porta”.
- Liquidez diária (D+1)
- Garantia do Tesouro Nacional
- Aplicação mínima a partir de R$ 30
- Rentabilidade atrelada à Selic
- Indicado para colchão de segurança
3. CDB de bancos médios: rentabilidade turbo para curtos e médios prazos
Por que bancos médios pagam mais?
Para captar recursos, instituições menores oferecem CDBs pagando 105% a 120% do CDI. Em 2019, era comum encontrar 115% para liquidez diária; hoje, a faixa permanece entre 103% e 110%, mas ainda supera a poupança com folga.
Garantia do FGC até R$ 250 mil
O Fundo Garantidor de Créditos cobre o investidor em caso de quebra do banco, até o teto citado, somando principal e juros. Isso reduz drasticamente o risco percebido.
Liquidez: diária x prazo fechado
Há duas categorias principais:
- Liquidez diária – ideal para reserva secundária; rende um pouco menos (por exemplo, 102% do CDI).
- Prazo fechado – prazos de 2 a 5 anos podem pagar 120% do CDI, exigindo disciplina para segurar até o vencimento.
4. Fundos Imobiliários (FIIs): renda passiva isenta de IR
Como funcionam os tijolinhos na Bolsa
Os FIIs compram prédios comerciais, shoppings ou galpões logísticos e distribuem, mensalmente, 95% do resultado aos cotistas. O vídeo destaca esse benefício porque o investidor recebe aluguéis diretos na conta da corretora, sem desconto de Imposto de Renda.
Indicadores chave
- Dividend Yield (DY) – média anual à época era 6,5%; em 2024, oscila entre 8% e 10% para alguns fundos.
- P/VP – mostra se a cota custa mais ou menos que o valor patrimonial do fundo.
- Vacância – percentual de imóveis vagos; abaixo de 10% costuma ser saudável.
Volatilidade e gestão de risco
Embora oscilem em Bolsa, FIIs tendem a ser menos voláteis que ações. Um FII logístico caiu cerca de 26% entre fevereiro e março de 2020 (COVID-19) e se recuperou em 12 meses — enquanto algumas ações caíram 50% ou mais.
5. Ações e ETFs: crescimento e dividendos para perfis arrojados
Por que entrar na Bolsa em 2019 fez sentido
A B3 vivia o “bull market” pós-reforma da Previdência, e o Ibovespa saiu de 87 mil pontos em janeiro para 115 mil em dezembro de 2019. Investidores que compraram empresas de setores resilientes surfaram na alta.
Estratégias apresentadas no vídeo
- Dividendos – mirar empresas com payout previsível, caso de bancos e utilities.
- ETFs – para quem não quer escolher ação a ação, BOVA11 (Ibovespa) ou IVVB11 (S&P 500) simplificam.
- Preço médio mensal – Nathalia recomenda aportes regulares, diluindo volatilidade.
Ferramentas de análise
- Site de RI das empresas
- Relatórios de corretoras
- Índices fundamentalistas (P/L, ROE, Dívida Líquida/EBITDA)
Um exemplo real: R$ 5.000 investidos em PETR4 a R$ 26,10 em jan/19 valem ~R$ 15.300 (preço de R$ 79,50 em fev/24), sem contar dividendos. Isso ilustra o poder dos melhores investimentos de longo prazo.
6. Investimentos isentos de IR: LCI/LCA e Debêntures Incentivadas
LCI e LCA: crédito para setor imobiliário e agronegócio
Esses títulos pagam 90% a 100% do CDI sem cobrança de Imposto de Renda, o que equivale a 105%-115% do CDI bruto, dependendo do prazo. A carência costuma ser de 90 dias, e há cobertura do FGC.
Debêntures incentivadas
Destinadas a projetos de infraestrutura, têm isenção de IR e costumam oferecer IPCA + 4% a 6% ao ano. Porém não contam com FGC; portanto, analise o risco de crédito da empresa emissora.
Quando usar
- Para turbinar a carteira de renda fixa acima de dois anos
- Como complemento isento de IR na etapa de acumulação
- Para diversificar além dos bancos tradicionais
7. Montando um portfólio balanceado usando os aprendizados de 2019
Passo a passo de alocação
- Defina metas – curto, médio e longo prazo.
- Estruture a reserva – Tesouro Selic + CDB liquidez diária.
- Renda fixa de prazo – CDB 120% CDI ou IPCA+ longo.
- Renda variável – FIIs e ações/ETFs com aportes mensais.
- Produtos isentos – LCI/LCA e debêntures para eficiência fiscal.
- Revisão semestral – rebalanceie quando classe desviar >5 p.p.
- Automatização – agende TEDs/PIX direto para corretora.
Tabela comparativa rápida
| Produto | Principais Vantagens | Pontos de Atenção |
|---|---|---|
| Tesouro Selic | Liquidez D+1; baixo risco; ideal reserva | Rentabilidade menor que produtos de crédito |
| CDB 110% CDI | Rende mais que Selic; FGC | Pode ter carência ou liquidez diária limitada |
| FII | Renda mensal isenta; exposição imobiliária | Oscilações de mercado; vacância |
| Ações/ETFs | Alto potencial de valorização; dividendos | Volatilidade; risco de mercado elevado |
| LCI/LCA | Isenção de IR; FGC | Carência mínima; oferta concentrada |
| Debênture incentivada | IPCA+ taxa gorda; isenção de IR | Sem FGC; risco de crédito da empresa |
Distribuição sugerida por perfil
Para um investidor moderado:
- 30% – Tesouro Selic + CDB liquidez diária
- 30% – CDB/LCI IPCA+ ou 120% CDI (prazo ≥3 anos)
- 20% – FIIs
- 15% – Ações/ETFs
- 5% – Debêntures incentivadas
Perguntas e Respostas FAQ
Tesouro Selic ainda vale a pena com Selic alta?
Sim. A taxa mais alta aumenta a rentabilidade do título, mantendo a característica de baixo risco e liquidez. Reserve nele o dinheiro que você pode precisar em até 12 meses.
CDB de 120% do CDI é seguro?
É seguro até o limite do FGC (R$ 250 mil por CPF por instituição). Acima desse valor, o risco de crédito do banco passa a importar.
O que fazer quando um FII cai muito?
Verifique fundamentos: vacância, inadimplência e valor patrimonial. Se a tese não mudou, considere comprar mais (preço médio). Caso contrário, troque o fundo.
Posso vender Tesouro IPCA+ antes do vencimento?
Pode, mas o preço de mercado oscila com a taxa de juros. Se vender em alta de juros, poderá ter prejuízo. Planeje mantê-lo até o vencimento.
LCI de 90% CDI é melhor que CDB 110% CDI?
Depende do prazo. Sem IR, LCI 90% pode equivaler a 105% CDI bruto. Então, compare prazos, liquidez e necessidade de caixa.
Quanto devo ter em ações?
Use a regra dos 100 menos sua idade ou adapte ao seu perfil: mais jovem e tolerante a risco? Até 50%. Conservador? Comece com 10%.
Conclusão: resumo prático e próximos passos
Relembrando os melhores investimentos que dominaram 2019 e continuam relevantes:
- Tesouro Selic – escudo da reserva de emergência.
- CDBs de bancos médios – turbo de rentabilidade com FGC.
- Tesouro IPCA+ – proteção contra inflação de longo prazo.
- Fundos Imobiliários – renda passiva mensal isenta.
- Ações/ETFs – crescimento exponencial com disciplina.
- LCI/LCA – eficiência fiscal de curto a médio prazo.
- Debêntures incentivadas – taxa alta sem IR para diversificação.
Agora é a sua vez! Abra conta em uma corretora confiável, defina metas realistas e comece com aportes que caibam no seu bolso. Use este guia como checklist, reveja o vídeo da Nathalia Arcuri para aprender as “regrinhas de ouro” e compartilhe este artigo com quem ainda insiste na poupança. Informação aplicada é dinheiro multiplicado. Bons investimentos e até a próxima!
*Selic de referência em fevereiro de 2024. Dados sujeitos a atualização.
Crédito: inspirado no conteúdo educacional do canal Me Poupe!, de Nathalia Arcuri.