Pré-mercado: Impactos da Alta do IPCA-15 nas Expectativas de Juros
Na manhã desta quinta-feira, 25 de setembro, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgará o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo – 15 (IPCA-15) referente ao mês de setembro. Este indicador funciona como uma prévia do IPCA, que é o parâmetro oficial que o Banco Central utiliza para estabelecer a política monetária.
O IPCA-15 difere do IPCA apenas pelo período de cálculo: enquanto o IPCA considera a variação dos preços desde o primeiro até o último dia do mês, o IPCA-15 calcula entre os dias 16 do mês anterior e 15 do mês corrente. Por isso, a divulgação ocorre durante o próprio mês, antecipando a inflação observada.
Devido a essa proximidade, o IPCA-15 serve como um excelente termômetro para o que deve acontecer com o IPCA. Para setembro, as expectativas do mercado são desfavoráveis. O custo da energia elétrica tende a subir por conta da permanência da bandeira vermelha 2 nas tarifas, potencialmente pressionando o setor de Habitação. Algumas previsões indicam que esse item pode apresentar alta de até 12% no mês.
Assim, estima-se que o IPCA-15 de setembro apresente uma alta de 0,51%, revertendo a deflação de 0,14% observada em agosto. Para os últimos 12 meses até setembro, a projeção indica inflação acumulada de 5,36%, superior aos 4,95% contabilizados até agosto. Caso esses números se confirmem, a inflação do mês completo também refletirá essas pressões.
Perspectivas Econômicas
O que esses dados indicam? O relatório Focus mais recente aponta uma pequena queda na projeção da inflação para 2026, passando de 4,33% para 4,29%, mantendo-se abaixo do limite superior da meta de inflação. Contudo, as previsões para 2025 estagnaram em 4,83%. Além disso, a expectativa para o IPCA de preços administrados, que englobam as tarifas de energia, aumentou de 4,66% para 4,75% em apenas uma semana.
Como o mercado já incorpora a possibilidade de aceleração da inflação, as reações nos preços podem ser moderadas. Entretanto, o resultado reforça a mensagem da ata da última reunião do Comitê de Política Monetária, que destacou que não há garantia firme de que os preços estejam sob controle nem em trajetória clara de convergência para a meta anual de 3,00%.
Indicadores Relevantes
Brasil
IPCA-15 (setembro): previsão de alta de 0,51% (ante deflação de 0,14% em agosto)
IPCA-15 acumulado em 12 meses: estimativa de 5,36% (anteriormente 4,95%)
Estados Unidos
Produto Interno Bruto (2º trimestre): previsão de crescimento de 3,3% (contra retração de 0,5% anterior)
Pedidos iniciais de seguro desemprego: estimados em 233 mil (anterior 231 mil)
Venda de casas usadas (agosto): esperado 3,96 milhões (anterior 4,01 milhões)
Contexto do Mercado
O comportamento do IPCA-15 é fundamental para a formação das expectativas sobre a inflação oficial e a definição da política de juros pelo Banco Central. A elevação dos preços em itens essenciais, como energia elétrica, tem o potencial de alterar o cenário macroeconômico e impactar decisões de investidores e formuladores de política monetária.
Embora o mercado já antecipe essas pressões, a confirmação de um índice inflacionário mais alto pode levar a ajustes nas projeções de juros futuros, influenciando mercados financeiros e estratégias econômicas no curto e médio prazo.



