Negociação Comercial Com Os EUA: Governo Escala O Tom A Uma Semana Do Prazo

Negociação Comercial Com Os EUA está no foco das atenções a apenas sete dias do término do prazo para um acordo, com o governo brasileiro adotando uma postura mais firme diante da resistência americana.

A negociação comercial com os EUA tem gerado grande tensão, e o governo do Brasil aumentou o tom nas discussões enquanto o relógio corre contra o prazo limite para um acordo. A pressão causada por essa situação difundiu um clima de pessimismo nos mercados, afetando fortemente a bolsa de valores e o câmbio.

Recuo do Brasil e Resistência dos EUA Geram Pessimismo no Mercado

Enfrentando a forte resistência do presidente Donald Trump e sua equipe econômica nas tratativas tarifárias, o governo brasileiro viu-se acuado a poucos dias do fim do prazo para negociar. A percepção predominante é de que o Brasil poderá não evitar os aumentos nas tarifas impostas pelos EUA, o que provocou queda expressiva nas ações do mercado doméstico.

Na última sessão, das 84 ações que compõem o Ibovespa, 67 registraram desvalorização, puxadas pela saída dos investidores estrangeiros do mercado brasileiro. O ETF EWZ, que segue o índice MSCI Brazil na Bolsa de Nova York, caiu 1,27% enquanto o índice geral dos mercados emergentes teve uma queda inferior, de 0,54%.

No fechamento do dia, o Ibovespa recuou 1,15%, encerrando aos 133.808 pontos. Ainda que tenha reduzido seu ganho semanal para 0,32%, acumula perda de 3,63% somente no mês de julho. Desde o início do ano, entretanto, mantém alta positiva de 11,24% na carteira.

O volume negociado nas ações do Ibovespa hoje foi de R$ 11,7 bilhões, índice 29,5% inferior à média diária dos últimos 12 meses, que é de R$ 16,6 bilhões.

Impacto no Câmbio e Influência do Petróleo

Apesar do pessimismo no mercado acionário, o impacto no câmbio foi suavizado pela valorização do petróleo, com o barril do Brent subindo 0,85%, cotado a US$ 69,10. Resultado disso, o dólar comercial permaneceu praticamente estável, caindo 0,05% frente ao real e sendo negociado a R$ 5,52.

No acumulado da semana, a moeda americana registrou queda de 1,21%, embora, em julho, apresente valorização de 1,59%. Desde janeiro, o dólar está 10,68% mais barato para o brasileiro.

O Que Resta Agora?

O cenário mudou em relação à expectativa de ontem, quando investidores acreditavam que a aproximação dos EUA a acordos com a União Europeia poderia sinalizar um desfecho positivo para o Brasil. No entanto, as recentes informações – confirmadas pelo governo brasileiro – indicam que as negociações para reverter ou mitigar a tarifa de 50% sobre exportações nacionais não progrediram.

Em resposta, o Brasil montou uma equipe com agentes do Planalto, líderes políticos e representantes empresariais para buscar alternativas, como a aproximação com o México como possível parceiro comercial. Apesar de ser uma iniciativa considerada positiva, analistas reforçam que é simbólica e insuficiente para compensar as perdas potencialmente causadas pelo mercado americano no curto prazo.

Diante da falta de tempo para novas soluções, o país deverá ceder em algumas concessões aos Estados Unidos.

Fatores Internos e Impacto nas Expectativas de Juros

Além das adversidades no cenário externo, questões internas também passaram a mobilizar os investidores. Existe uma expectativa de aumento da prévia da inflação, medida pelo IPCA-15, o que poderá pressionar as taxas futuras de juros.

A taxa do Depósito Interfinanceiro (DI) para janeiro de 2026 manteve-se em 14,94% ao ano. Já os contratos para prazos médios, como o de janeiro de 2029, tiveram pequeno aumento, de 13,47% para 13,52% ao ano, enquanto a taxa para Janeiro de 2036 subiu de 13,79% para 13,89% anuais, refletindo o temor dos investidores sobre um possível calote do governo.

Com isso, a perspectiva de corte na Selic ainda em 2025, que vinha ganhando força recentemente, passou a ser colocada em dúvida, podendo ficar para o início de 2026 dependendo da resolução do impasse do tarifaço.

Desempenho das Ações do Ibovespa em 24/07/2025

Destaques de alta:

  • PCAR3 (P.ACUCAR_CB ON): +1,45%
  • PETZ3 (PETZ ON): +1,00%
  • VBBR3 (VIBRA ON): +0,74%
  • BRKM5 (BRASKEM PNA): +0,67%
  • CSAN3 (COSAN ON): +0,51%

Destaques de queda:

  • WEGE3 (WEG ON): -4,68%
  • EMBR3 (EMBRAER ON): -3,89%
  • CYRE3 (CYRELA REALT ON): -3,86%
  • MGLU3 (MAGAZINE LUIZA ON): -3,33%
  • DIRR3 (DIRECIONAL ON): -3,32%

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