Queda de 12% nas ações da MRV (MRVE3) nesta terça-feira; veja os motivos
As ações da MRV, com código MRVE3 na B3, registraram uma queda significativa de 12,12% nesta terça-feira, 7 de outubro de 2025, negociadas a R$ 6,31. Esse recuo aconteceu após a divulgação da prévia operacional referente ao terceiro trimestre de 2025, influenciado principalmente pela redução na geração de caixa devido a atrasos nos repasses de programas regionais. Na manhã desta sessão, as ações da MRV lideravam as perdas do Ibovespa.
O mercado reagiu negativamente ao fluxo de caixa inferior às expectativas, o que gerou questionamentos sobre a capacidade da construtora de se recuperar tanto no Brasil quanto nos Estados Unidos.
Desempenho operacional da MRV no 3T25
As vendas da empresa atingiram R$ 2,445 bilhões, o que representa uma queda de 0,5% em relação ao mesmo período do ano anterior e uma redução de 8,9% frente ao segundo trimestre de 2025. Já os lançamentos totalizaram R$ 2,355 bilhões, registrando um declínio de 9,4% na comparação anual e uma queda ainda mais acentuada de 31,7% em relação ao trimestre anterior.
A geração de caixa ajustada ficou em R$ 30 milhões, impactada por atrasos nos repasses de subsídios regionais; sem esses atrasos, o valor poderia ter chegado a R$ 123 milhões. Para comparação, o segundo trimestre de 2025 fechou com uma queima de caixa de R$ 38,2 milhões, enquanto o primeiro trimestre apresentou uma queima de R$ 127,4 milhões.
O segmento Resia consumiu US$ 1,5 milhão no trimestre, revertendo a geração de US$ 34,2 milhões registrada no trimestre anterior e os US$ 19,7 milhões obtidos no mesmo período do ano passado.
Em análise divulgada, o banco Itaú BBA considerou os resultados operacionais fracos, alinhados à reação negativa observada no mercado. Embora as vendas tenham se mantido resilientes, com velocidade consolidada de 21% no período, o fluxo de caixa não demonstrou uma melhora significativa, mostrando queima em todos os segmentos da companhia.
O Itaú BBA destacou que houve impactos específicos no Brasil, como atrasos relacionados a repasses de subsídios regionais, além de lançamentos inferiores às projeções realizadas pela instituição.
“As vendas mantiveram-se resilientes, com velocidade consolidada de 21% no trimestre. No entanto, o fluxo de caixa permanece fraco, apresentando queima em todos os segmentos de negócio, afetado por fatores pontuais como atrasos em repasses devido à suspensão dos subsídios regionais no Brasil”, ressaltou o Itaú BBA.
O banco manteve a recomendação Market Perform, equivalente a neutra, para as ações da MRV, citando a baixa clareza em relação aos lucros futuros e um perfil de risco-retorno pouco atraente no momento atual.
